segunda-feira, 8 de junho de 2015

Última edição do Próximo Futuro | junho e setembro 2015


Próximo Futuro: última edição

Desde 2009 que o Próximo Futuro anima o verão nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian com debates, instalações, cinema, música e outros espetáculos. Este ano, a programação concentra-se em dois momentos – dias 19, 20 e 21 de junho e dias 4 a 15 de setembro – naquela que será a última edição do Próximo Futuro, o programa que se tornou uma referência para quem se dedica a refletir sobre o mundo contemporâneo.



Festa da Literatura e do Pensamento das “Zonas de Contacto”

Ao longo dos últimos sete anos, cruzaram-se no programa de cultura contemporânea Próximo Futuro inúmeros artistas e autores africanos, europeus, da América Latina e das Caraíbas, revelando ao público modos de pensar e de agir de paragens distantes. Em junho de 2012, era organizada no Jardim a primeira Festa da Literatura e do Pensamento, dedicada nesse ano de estreia aos criadores do Norte de África e aos protagonistas da chamada “Primavera Árabe”. Em 2013, o foco desta Festa foi o sul da África, e em 2014 a América Latina.

Em 2015, as atenções estarão centradas nas questões de natureza política e artística que se colocam nas regiões do Mediterrâneo e na América Central. Será a Festa da Literatura e do Pensamento das “Zonas de Contacto”, que nos dias 20 e 21 de junho reúne jornalistas, investigadores, filósofos, poetas e outros criadores de diversas regiões do mundo, para um conjunto de debates sobre Literatura, Poesia, Política e Pensamento, entre outros temas, como o futuro dos países do Norte de África quatro anos depois da “Primavera Tunisina”. Os debates realizam-se na Casa-Arquivo, uma construção temporária no Jardim feita de materiais de edições anteriores do Próximo Futuro.



Espiritualidade e tradição

Em junho, haverá também dois concertos no jardim: na noite de 20 de junho sobe ao palco do Anfiteatro ao ar livre a Irmã Marie Keyrouz e o seu Ensemble de la Paix. Em Lisboa, irão apresentar o espetáculo Meditações do Oriente, em que a voz celeste e intensa desta religiosa libanesa exalta o mistério da fé, com orações cantadas a partir de temas litúrgicos antigos do Oriente, acompanhada por músicos no piano, violino, violoncelo e contrabaixo.

A 21 de junho, é a vez de se apresentar no Jardim o projeto Cyneticum, um concerto de acordeões que remete para a tradição musical do Algarve. Para a conceção deste concerto, com direção de João Frade, são recuperados temas do Mediterrâneo, Médio-Oriente e América do Sul. Numa primeira parte, a partir das 18h, os músicos interpretam a solo, em vários lugares do Jardim Gulbenkian, um reportório “pessoal” e, mais tarde, a partir das 20h, o coletivo de cinco músicos apresenta um concerto no Anfiteatro ao Ar Livre.



Ficção Científica no grande ecrã

Ainda no Anfiteatro ao Ar Livre, decorrerá um ciclo de cinema dedicado à Ficção Científica de África e da América Latina, de 19 a 23 de junho. Com o objetivo de encontrar relações, narrativas ou evocação de influências que conjugam imagens provenientes da América Latina, de África e da Europa, serão projetados oito filmes, entre os quais o premiado Branco Sai, Preto Fica (23 junho, 22h), do realizador brasileiro Adirley Queirós. Utilizando linguagem do documentário e da ficção científica e uma banda sonora poderosa, esta longa-metragem mostra as vidas de três jovens vítimas da violência policial na década de 80, quando frequentavam um baile na periferia de Brasília. Da Etiópia chega-nos Crumbs (19 junho, 22h), filme do espanhol Miguel Llansó, que teve estreia no último festival de cinema Roterdão e que tem como cenário uma paisagem pós-apocalíptica, onde vive um estranho recoletor de sucata. Destaque ainda para Usoni (19 junho, 22h), uma ficção da realizadora queniana Cherie Lindiwe, que reverte o drama atual da imigração ao imaginar um cenário catastrófico em 2063, quando o velho continente é assolado por desastres naturais (e sociais), transformando o continente africano na terra prometida para os europeus.



Literatura-Mundo

A programação do Próximo Futuro encerra o seu primeiro momento deste verão no dia 25 de junho, com um seminário sobre Literatura-Mundo. Esta iniciativa insere-se na Escola de Verão do Institute for World Literature (IWL), com sede na Universidade de Harvard e cuja missão é pensar o estudo e o ensino da literatura na era da globalização. Pela primeira vez em Portugal, a escola de verão do IWL decorrerá de 22 de junho a 16 de julho na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A realização deste seminário na Fundação Calouste Gulbenkian acontece no âmbito do Observatório de África, América Latina e Caraíbas, que o Próximo Futuro tem vindo a desenvolver e que terá nesta ocasião como orador principal o escritor cabo-verdiano Filinto Elísio, com uma reflexão sobre a visibilidade das literaturas africanas de expressão lusófona no quadro da Literatura-Mundo.





Programação:


DEBATES / ‘Casa-Arquivo’ no jardim

20 junho, sábado

11h - PRIMAVERA ÁRABE: 4 ANOS DEPOIS

Com Sami Ménif (moderador), Héla Ammar (Tunísia), Kamel Daoud (Argélia) e Abdelhak Serhane (Marrocos)

17h - LITERATURA DAS ZONAS DE CONTACTO

Com Isabel Lucas (moderador), José Manuel Prieto (Cuba), Tiphanie Yanique (Caraíbas) e Francisco Goldman (E.U.A.)

19h - POESIA DAS ZONAS DE CONTACTO

Com Clara Caldeira (moderador), Antonio José Ponte (Cuba), Haris Vlavianos (Grécia) e Maria do Rosário Pedreira (Portugal)

21 junho, domingo

11h - POLÍTICA E PENSAMENTO

Com Ricardo Alexandre (moderador), Malek Chebel (Argélia) e Ilka Treminio (Costa Rica)

17h - LITERATURA 40 ANOS DEPOIS DAS INDEPENDÊNCIAS AFRICANAS

Com Ana Maria Martinho (moderador), Vera Duarte (Cabo Verde), José Luís Mendonça (Angola) e Francisco Esaú Cossa (Moçambique)





MÚSICA

19 junho, sexta-feira, 00h

BAILE NA GARAGEM (entrada sujeita a levantamento de bilhete gratuito, no limite dos lugares disponíveis)

Com Dj set da dupla Selvagem (Brasil)

20 junho, sábado, 22h, Anfiteatro ao ar livre

MÉDITATIONS DE L’ORIENT

Soeur Marie Keyrouz e l’Ensemble de la Paix

21 junho, domingo, 18h, Jardim / 20h, Anfiteatro ao ar livre

CYNETICUM – MITO ALGARVIO ENSEMBLE

Com direção de João Frade





CINEMA: FICÇÃO CIENTÍFICA DE ÁFRICA E DA AMÉRICA LATINA / Anfiteatro ao ar livre

19 junho, sexta, 22h

Usoni, de Cherie Lindiwe (Quénia, 2013), 23’

Control (Spoek Mathambo), de Pieter Hugo e Michael Cleary (África do Sul, 2011), 4’

Chigger Ale, de Fanta Ananas (Espanha/Etiópia, 2013), 11’

Crumbs, de Miguel Llansó (Espanha/Etiópia, 2015), 68’

22 junho, segunda, 22h

Barbosa, de Jorge Furtado (Brasil, 1988), 12’

Ataque de Pánico, de Fede Alvarez (Uruguai, 2009), 5’

El color que cayó del cielo, de Sergio Wolf (Argentina, 2014), 75’

23 junho, terça, 22h

Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós (Brasil, 2015), 93’





SEMINÁRIO

25 junho, quinta, 15h / Auditório 3 e Sala 3

Literatura-Mundo

Com Filinto Elísio (Multilingual Schools Foundation), David Damrosch (Institute for World Literature/Harvard University), Debjani Ganguly (Australian National University), Jale Parla (Istanbul Bilgi University) e Jonathan Arac (Istanbul Bilgi University).

OBSERVATÓRIO DE ÁFRICA, AMÉRICA LATINA E CARAÍBAS

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