quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Auschwitz, Um Dia de Cada Vez - de Esther Mucznik

A 27 de janeiro assinala-se os 70 anos da libertação de Auschwitz, o campo de concentração que se tornou sinónimo do mal absoluto preconizado pelo nazismo.

Com “Auschwitz, Um Dia de cada Vez”, Esther Mucznik - autora dos livros Grácia Nasi e Portugueses no Holocausto - dá-nos a conhecer o dia-a-dia neste campo da morte, através das histórias daqueles que acabaram por morrer, dos seus carrascos e, sobretudo, através dos relatos dos sobreviventes. Este livro é um testemunho notável da capacidade de sobrevivência do ser humano: por mais terrível que fosse a existência em Auschwitz, a cada hora de cada dia travava-se uma luta desesperada pela sobrevivência, mesmo sabendo que a morte espreitava a qualquer momento.


«Um companheiro de Auschwitz pergunta a Primo Levi por que motivo já não se preocupa com a higiene. Ele responde simplesmente: “Para quê, se daqui a meia hora estarei de novo a trabalhar com sacos de carvão?” É desse companheiro que recebe a primeira e talvez principal lição de sobrevivência: “Lavarmo-nos é reagir, é não deixar que nos reduzam a animais; é lutar para viver, para poder contar, para testemunhar; é manter a última faculdade do ser humano: a faculdade de negar o nosso consentimento”.» A capacidade de sobrevivência do ser humano é notável e, por mais terrível que fosse a existência em Auschwitz, todos os dias se lutava para sobreviver apesar de a morte estar ao virar de cada esquina. O campo de concentração de Auschwitz é sinónimo do mal absoluto preconizado pelo nazismo. Foi ali que judeus e ciganos serviram de cobaias às diabólicas experiências médicas, que acima de um milhão de seres humanos foram gaseados e que mais de 200 mil homens, mulheres e crianças morreram de fome, frio e doença, de exaustão e brutalidade, ou simplesmente de solidão e desesperança. No entanto muitos presos resistiam à total desumanização esforçando-se por manter alguma dignidade. Cuidar da higiene, ler, escrever, desenhar, ajudar alguém a sobreviver ou até a morrer eram actos que atribuíam condição humana a quem parecia ter desistido de viver. Esther Mucznik, autora dos livros Grácia Nasi e Portugueses no Holocausto, dá-nos a conhecer o dia-a-dia de Auschwitz através das vozes daqueles que ali acabaram por perecer e dos seus carrascos, do insuportável silêncio das crianças massacradas, das mulheres e homens violentados em bárbaras experiências médicas, mas também através dos relatos daqueles que sobreviveram para contar e manter viva a memória do horror da máquina de morte nazi. Para que ninguém possa alguma vez esquecer.


À venda a 16 de janeiro.

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